Shootings Stars:
Estrelas podem mudar uma vida
Capítulo 1: O
primeiro sinal.
A cidade era
nova. Ou ela era nova na cidade? Liliany tinha 14 anos, e acabou de se mudar
para Toronto, Canadá. Morava em um apartamento com seus pais e sua irmã,
Caroline, de sete anos. Tudo era novidade para ela, porém, não deixava de
sentir um frio na barriga quando chegou até aquela maravilhosa cidade. Era
estranho pensar que não teria mais suas amigas por perto. Não sabia ao certo se
era ruim isso, mas, tentou encarar da melhor forma possível.
O primeiro dia
na escola foi bom. Não tinha feito amizades, pois era tímida. As professoras a
receberam bem, os colegas também. Sua matéria favorita era ciências,
principalmente quando o assunto era astronomia. Simplesmente era fascinada!
O sinal tocou.
Liliany estava caminhando lentamente até o portão, quando um anúncio chamou sua
atenção. Dizia: “Curso de astronomia – Inscrições aqui!”. Logo, estava
empolgada e queria muito entrar para esse curso, que estudava exatamente o que
ela amava: as estrelas, os planetas, os sistemas... Ficou observando e lendo as
regras escritas no anúncio, quando de repente, um menino alto, de olhos verdes
passou correndo por ela, derrubando seus livros e seus cadernos. Ele deu uma
olhada e pediu desculpas baixinho, e saiu correndo. Devia estar envergonhado ou
algo assim. Liliany, meio confusa, juntou seus livros do chão e seguiu seu
caminho.
Quando chegou em
casa, comentou com os seus pais sobre o curso de astronomia.
- Vocês sabem, eu amo e sempre tive curiosidade quando o
assunto é estrelas e essas coisas. Seria ótimo entrar num curso, aumentaria
bastante meu conhecimento e ajudaria até mesmo nas aulas de ciências...
Sua mãe pousou a
xícara no seu prato e olhou para seu pai, que estava comendo seu jantar em
silêncio.
- Filha, é o seguinte. No momento, acho bom você dar um
tempo, para se adaptar primeiro com a escola. Você é nova aqui, deve esperar
até começar a entrar em cursos e essas coisas. Entende? – Disse a mãe.
- Mas porque? Poxa, esse é meu último ano no ensino
fundamental, isso pode me ajudar muito no primeiro ano! – Protestou, não
entendendo a lógica da mãe.
- Não estamos dizendo que você não pode entrar nunca, não
pode agora, nesse momento. Nossa condição financeira não está das melhores pelo
fato da mudança, nova casa, novas contas... Talvez mais tarde. Ok? – O pai
explicou. Agora sim, ela entendeu.
- Entendi.
Enquanto lavava a
louça do jantar, ficou pensando “e se eu não conseguir me adaptar aqui? E se
não conseguir nenhuma amiga? E se não conseguir acompanhar as matérias na
escola? Ah, meu Deus.” Esses pensamentos assombravam ela, mas, acima de tudo,
deveria ser positiva. Mudanças eram complicadas, mas ela realmente gostou
daquela cidade, porém, não deixava de sentir um friozinho na barriga com tantas
coisas diferentes de uma só vez.
Quando terminou
de ajeitar a cozinha, foi fazer a lição de casa. A vista da janela do seu
quarto era simplesmente linda. A lua cheia reluzia nos seus olhos claros. O movimento
era contínuo. Porém, ela gostava. Logo de cara já viu que aquela era a cidade
dos sonhos, sempre quis morar ali.
Sua irmã estava
ao lado, fazendo sua lição de casa também. Estava quase dormindo, quando algo
brilhante cruzou o céu estrelado.
- Uma estrela cadente? – Pensou alto.
- Lili? – Caroline perguntou.
- Você viu isso, Carol?
- Isso o que?
- No céu. Uma estrela cadente.
- Pensei que era um avião. Como assim, estrela cadente? –
Ela estava intrigada.
- Dizem que, quando uma estrela cai, devemos fazer um
desejo. Faça um.
- Tá bom. – Caroline fechou os olhos e desejou no
pensamento. – Prontinho. Eu desejei que...
- Shhh. Não pode falar, guarda para você.
- Ah, é mesmo? – Ela disse.
- É. – Liliany sorriu.
Então, Caroline
abraçou-a. E ficaram ali, Lili explicando como funcionavam as estrelas, e Carol
assentindo com a cabeça, realmente impressionada.
Ficaram um tempão
conversando, e não tinham terminado a lição ainda. A mãe entrou no quarto e
mandou as duas irem dormir.
- Boa noite, anjinhas. Durmam bem.
- Boa noite, mãe. – Disseram.
Caroline sussurrou
para sua irmã:
- Boa noite, Lili. Sonhe com as estrelas.
- Boa noite. Você também, e que seu desejo se realize.
- Obrigada.
E dormiram.
Liliany sonhou que tinha entrado para o curso de astronomia e que a estrela
cadente havia aparecido novamente, assim como tinha feito amigas, inclusive
aquele menino que esbarrou nela. Quem será que era ele?
Quando acordou, lembrou de que não havia
terminado a lição de casa. E era para hoje! Olhou para o relógio: 8:15.
- Droga! Ah não, estou atrasada!
Levantou
rapidamente e foi para a cozinha. Não tinha ninguém. Seus pais estavam trabalhando,
e sua irmã já estava na escolinha. Teria que se virar, e logo. “Como eu fui me
atrasar? Culpa do despertador!”
Depois que foi
perceber que tinha colocado para 8:30, e não 7:30. Estava com tanto sono que
nem tinha visto! A aula já tinha começado naquela hora. Teria que chegar no
segundo período, ainda se desse tempo. Rapidamente, colocou sua roupa, pegou
uns biscoitos e seus livros. Correu, pois tinha perdido o ônibus, e a escola
era longe.
Quando chegou,
estava toda escabelada e cansada. O sinal tinha tocado, o que significava o
início do segundo período. Foi correndo até a sala, esbarrando em três pessoas.
Uma delas era aquele menino.
- Desculpa aí! – Ela parou e virou. – Você está bem?
- É melhor você correr. A sra. Ane não deixa entrar depois
do sinal!
- Aí, meu Deus!
Tarde demais.
Teve que ir na direção, junto com aquele menino, seu amigo e uma outra garota.
- Hum... Oi. – Liliany disse, timidamente, sentando no sofá
onde estavam.
- Eu avisei. – O menino disse. – Espera, como é seu nome
mesmo?
- Liliany. E o seu?
- Andriel.
- Liliany?! – A garota que estava ali deu um pulo. – Espera,
eu sei quem você é...
Ela a
encarou. Aquela voz soava familiar... Ela era familiar.
- Vanessa? Prima?! – ela exclamou.
- Sim! Quanto tempo!
Vanessa a abraçou. Quanto tempo mesmo! Todos
começaram a conversar animadamente. O
amigo de Andriel se chamava Jones, e eram todos colegas, porém, Andriel não foi
no primeiro dia de aula porque tinha se atrasado muito. O diretor chegou depois
de uma meia hora, e conversou com todos eles. Depois, os deixou sair sem
detenção nem nada.
- Sorte! – Liliany disse, aliviada. – Pensei que ia ter um negócio.
- Isso já aconteceu comigo, fiquei igual você.
Provavelmente, vai acontecer muitas vezes ainda, não se preocupe. – Andriel
tranquilizou-a.
Vanessa e Jones
estavam entretidos conversando enquanto voltavam para a sala de aula, onde os
quatro sentaram perto, porém, não arriscaram conversar. “Chega de confusão para
um só dia” Pensou Lili.
A aula terminou,
e Andriel falou algo sobre o curso de astronomia.
- Ah, eu quero tanto entrar!
- As primeiras aulas são grátis, para experimentar. Começa
amanhã. – Ele disse.
- Sério? Tenho que convencer meus pais então...
- É, os meus também não foi fácil... Eu tenho curiosidade
por astronomia, mas não sou fascinado. Vou só para experimentar, se eu gostar,
continuo.
- É bom para fazer alguma coisa nova e ao mesmo tempo
aprender. Pode ser útil no ensino médio... – Lili comentou.
- Talvez sim... Vou indo então. O ônibus chegou. Tchau!
- Tchau, até!
Liliany ficou esperando
o próximo ônibus, que ia para seu bairro. Enquanto isso, ficou conversando com
Vanessa e Jones. Eles se deram bem de cara, eram muito legais.
- Então, vocês também são novos aqui? – ela perguntou.
- É, eu estou já faz um ano. – Vanessa disse.
- Eu vim na metade do ano passado, mais ou menos. – Jones
respondeu. – Mas você vai gostar dessa escola. É muito boa.
- Sim, e agora você tem amigos. – Vanessa sorriu. – E uma
prima!
Liliany riu.
- O ônibus chegou. Vou indo, até mais!
- Até! – Responderam juntos.
Definitivamente, aquele dia foi muito bom,
apesar dos imprevistos. Eram os primeiros sinais de que uma nova fase estava
começando. Um recomeço, talvez. Novas amizades, novidades. O que Liliany teria
que fazer era se adaptar, o que até então, estava sendo fácil e agradável.
Agora vou começar a revisar "O estilo da amizade 2", em breve trago a sinopse e o primeiro capítulo. :D